01)
Pitty, eu conheci o seu trabalho com o Inkoma, você chegou a participar
de outras bandas antes?
Nada sério, o Inkoma foi a primeira banda de verdade.
02)
Agora você está com projeto solo, como foi essa mudança
e quais as semelhança e diferenças com seus antigos trabalhos?
A passagem foi tão natural que eu quase nem me dou conta. Na verdade
o nome da parada ficou " Pitty" porque na época de fechar
o disco eu ainda não tinha uma banda definida, mas agora eu tô
tocando com uma galera certa, e o espírito é de banda total.
E é muito bom porque somos amigos, e dois deles (o baixista e o
batera) tinham bandas em Salvador, o Duda tocava no Lisergia e o Joe no
Dead Billies. Então a gente já se conhece das antiga, já
rola uma amizade.
O guitarrista é o Luciano, que a gente conheceu no Rio e se integrou
ao som e à idéia do projeto rapidinho.
Bom, a diferença pro Inkoma é que tem influências
mais diversificadas, tem mais espaço pra inventar e experimentar;
e a semelhança é que continua nervoso o som.
03)
Já existe um single para divulgação da faixa "Máscara",
fale um pouco sobre essa primeira música de trabalho, letra, idéia...
Pois é, essa música foi uma das últimas que eu escrevi
pro Inkoma, e resolvi continuar tocando porque tem uma letra forte e que
eu gosto muito. Fala sobre poder ser feliz do jeito que se é, sem
precisar seguir padrões de beleza, vestuário; enfim, se
assumir, tirar a máscara e ser honesto consigo mesmo.
As pessoas vivem sempre muito preocupadas com imagem e acabam cobrando
isso das outras pessoas ao redor. É muito injusto ser julgado pela
roupa que você veste, pelo lugar onde você mora ou pelo som
que você ouve.
04)
Além da música, como é a Pitty no dia a dia? Você
continua morando na Bahia?
Eu sou normal, uma pessoa comum, na guerra do dia a dia como todo mundo.
No momento tô dando um tempo no Rio de Janeiro, agilizando as coisas
do disco.
05)
Fale um pouco sobre o novo cd, quando será lançado, qual
o nome e como você definiria o som deste album? Como está
sendo a produção?
A previsão de lançamento é pra começo de Maio,
e vai se chamar " Admirável Chip Novo".
O som é melódico, nervoso e sincero. Música alternativa.
Rock.
A produção foi do Rafel Ramos, grande parceiro desse trampo,
e foi muito bom de fazer. Experimentando loucuras no estúdio e
ouvindo muita coisa boa pra se inspirar.
06)
Se eu abrir seu cd player agora, quais cds irei encontrar? Faça
um comentário sobre eles.
Nesse exato momento eu tô ouvindo o último do Queens of the
Stone Age. Ah, rola uma mistura muito louca na minha prateleira: de Faith
No More a Billie Holliday, passando por Black Sabbath, Dead Kenneds, David
Bowie, Fugees... Eu ouço de tudo, me amarro em "música
de negão", jazz, e hip hop, big bands, e muito rock, lógico.
De todos os tipos. Velvet Underground e Living Color. Slayer e The Breeders.
Nirvana.
Gosto muito de ouvir as bandas nacionais também, tem muita banda
boa no Brasil e que pouca gente conhece. Jason, Cascadura, Nitrominds,
MQN.
Pra mim música só se classifica de dois jeitos: boa ou ruim.
07)
O Inkoma conseguiu vários admiradores pelo Brasil com seu hardcore
direto, você acha que a galera que curtia o som da banda vai curtir
o seu novo cd?
Não sei, espero que sim. Aqueles que são radicais e que
passam a vida ouvindo a mesma coisa e fechados no seu mundinho podem não
gostar. Mas os que estão abertos às novas experiências
vão gostar com certeza. O que importa é que eu estou gostando,
e muito. Sei que eu ainda tenho muita coisa pra aprender, mas sei também
que tudo que eu faço é muito verdadeiro pra mim.
É claro que eu desejo que todos gostem, mas eu não faço
as coisas com esse objetivo. Minha prioridade é meu crescimento
como pessoa e minha satisfação pessoal, se as pessoas vão
gostar ou não é uma consequência.
08)
Você gravou um clip da faixa "Máscara" que ficou
muito bom por sinal, como foi a experiência e como rolou a idéia,
de quem é a direção?
Foi muito foda fazer esse clip, e é engraçado que enquanto
a gente gravava a música, a gente pensou num roteiro pro clip,
mas meio que na brincadeira, porque a gente não sabia se ia ser
essa música.
Aí chegou o Mauricio Eça, que fez a direção
e " deu um grau" no roteiro, acrescentou coisas, sugeriu outras.
E ele é um cara que saca muito de rock, já fez vários
clips legais.
Foi uma parceria muito bacana, e o resultado maravilhoso. Fotografia muito
f*, meio filme de suspense.
09)
Quais são seus próximos planos?
Agora é hora de tocar muito por aí, bola pra frente e fazer
som.
10)
Valeu Pitty! Espaço livre para deixar um recado, fique a vontade.
Valeu pela entrevista, muito legal, desejo muita sorte e longa vida ao
site Lady Killers!!! E a todo mundo que estiver lendo, espero poder tocar
na cidade de vocês, e que cada vez mais a música alternativa
se fortaleça no nosso país. Rock!!
|